Continuação da campanha do RPG Aiê
Aventura
2 “O canto da sereia”
Por Jeean Karlos
Com
as personagens à deriva no Oceano Atlântico, ainda naquela noite,
elas escutam uma doce melodia… Apenas personagem que tem Iemanjá como orixá protetora consegue entender o que estava acontecendo. "Na crista do oceano, Iemanjá toda e azul
vestida, longos cabelos de espuma e caranguejos." (Dona Flor e Seus Dois Maridos). Se
tratava de Iemanjá cantando e atraindo-os para o fundo mar. (Os jogadores terão que
fazer um teste de vontade dificuldade 13 para quebrar o encanto),
personagem que tiver Xangô como orixá protetor, o mestre rolará o
seu teste em segredo, para, assim, dá dinâmica ao jogo, pois segundo a
mitologia Iorubá, Iemanjá seduziu Xangô. Isso seria a penalidade
da personagem perante um encantamento da Orixá.
Personagens
que não conseguir passar no teste da rolagem de dados, levaram a jangada em
direção ao canto, entretanto os seus companheiros poderão tentar
impedir a ação, criando um desentendimento no grupo.
Após conseguirem passar pela zona do
canto, as personagens se darão conta de que estão sem mantimentos,
passaram a noite com fome, exceto se alguém do grupo tiver recurso
para pescar.
Ao
amanhecer, conseguem avistar o relevo do continente se
formando diante os seus olhos, então chegam em lugar
próximo ao porto na cidade do Rio. Ao
desembarcar na cidade, as personagens se depara com um senhor
escrevendo e pronunciando algumas coisas, a
respeito da República. Este
senhor chama-se Barreto –
aqui o escritor estaria escrevendo a sua crônica “ A Política
Republicana”, porém foi interrompido ao ajudar os recém chegados. Barreto então falará das dificuldades do Rio, e do
regime republicano que se instaurou, corrupção, mazelas espalhadas
pela cidade, chega até expor
suas ideias para as personagens retiradas
da crônica em questão:
Não
gosto, nem trato de política. Não há assunto que mais me repugne
do que aquilo que se chama habitualmente política. Eu a encaro, como
todo o povo a vê, isto é, um ajuntamento de piratas mais ou menos
diplomados que exploram a desgraça e a miséria dos humildes.
No
Império, apesar de tudo, ela tinha alguma grandeza e beleza. As
fórmulas eram mais ou menos respeitadas; os homens tinham elevação
moral e mesmo, em alguns, havia desinteresse.
Os
jogadores ao conversar mais a funda com o seu Barreto, poderão saber
mais sobre a situação política local.
A
República, porém, trazendo tona dos poderes públicos, a bôrra do
Brasil (Novo Mundo), transformou completamente os nossos costumes
administrativos e todos os “arrivistas” se fizeram políticos
para enriquecer. Grifos meus.
O
escritor, então,
resolve acompanhar as personagens até uma taverna próxima, deixando
a sua escritura para um outro momento.
Na taverna, as personagens
podem descansar e se
alimentar, pagando
uma taxa cada uma. A taverna
tem como dono o Manuel Bitu,
personagem retirado
da crônica “O feiticeiro e
o deputado” de Lima Barreto. Bitu,
ao conversar com as personagem, sugere que um amigo próximo está
precisando de aventureiros para realização de um trabalho. O
trabalho consiste em resgatar
o colar assiqui.
Quando
o amigo de Bitu chega, ela se apresenta pelo nome de Antônio,
explica a situação que o
seu colar foi roubado por feiticeiras para fazer feitiços contra a
sua família e seus negócios. (Agora intercala a fala de Antônio e
dos jogadores). Antônio se mostrará um homem supersticioso e
contra, que para ele é a fonte de todo o mal, os orixás.
Antônio
diz: “A
religião? Um misterioso sentimento, misto de terror e de esperança,
a simbolização lúgubre ou alegre de um poder que não temos e
almejamos ter, o desconhecido avassalador, o equívoco, o medo, a
perversidade.
O
Rio, como todas as cidades nestes tempos de irreverência, tem em
cada rua um templo e em cada homem uma crença diversa. A
cidade pulula de religião. A diversidade dos cultos espantar-vos-á.
São pagãos literários, fisiólatras, defensores de dogmas
exóticos, autores de reformas da Vida, reveladores do Futuro,
amantes do Diabo, bebedores de sangue, descendentes da rainha de
Sabá, cismáticos, espíritas, babalaôs de Lagos, mulheres que
respeitam o oceano, todos os cultos, todas as crenças, todas as
forças do Susto.” Trechos
adaptado
da crônica “As religiões do Rio” de João do Rio.
As personagens irão negociar um
preço para tal serviço, logo após será a hora de invadir uma torre e capturar o colar. A torre fica localizada na
cidade do Rio, daí surgirá o combate da aventura. Depois
de invadirem a torre, explorar todas as salas, enfrentar inimigos, a sessão acabou no meio de um combate.
Continua...
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