Post relacionado à primeira aventura do projeto Role
Plyaing Game e o imaginário do negro na Literatura brasileira
Por Jeean Karlos
Prólogo
da aventura
Nossos
aventureiros depois de terem embarcado em um navio negreiro
clandestino rumo ao novo mundo, estão agora em alto mar. Essa primeira aventura foi baseada no poema "O Navio Negreiro" de Castro Alves.
Um
Albatroz sobrevoa um barco…
'Stamos
em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro... O mar em troca acende as ardentias, — Constelações do líquido tesouro…
Azuis,
dourados, plácidos, sublimes…
Qual
dos dois é o céu? Qual o oceano?…
Donde
vem?… Onde vai?… Das naus errantes
Neste
Saara os corcéis o pó levantam,
Galopam,
voam, mas não deixam traço.
Cena
1:
Nessa
parte o poema é intercalado com ações livres dos jogadores, que
vão desde olhar para o horizonte, conversar com a tripulação,
ler livros para aprimorar seus conhecimentos e etc..
Algum
jogador ao questionar o capitão Vasco da Gama sobre as viagens e
seu comércio no mar, voltará para o poema, na parte em que
descreve a situação das pessoas escravizadas.
Tinir
de ferros.. estalar do açoite…/ Legiões de homens negros como
a noite, […]
Negras
mulheres, suspendendo às tetas/ Magras crianças, cujas bocas
pretas/ Rega o sangue das mães:
(Personagens
que tiverem parentesco com pessoas escravizadas, faram um teste de
inteligência 10, para poder lembrar de seus parentes separados).
Então
o capitão segue no lirismo do poema:
“Vibrai
rijo o chicote, marinheiros: Fazei-os mais dançar!”
Depois
disso um jogador perto do porão do navio, poderá fazer um teste
de audição 8, se for bem sucedido escutará as preces vinda de
lá “Varrei os mares, tufão!”, “Varrei os mares, tufão!”
Ao
cair da noite o capitão tranquiliza os viajantes de primeira
viagem, dizendo:
-
Não se preocupem marujos, as águas estão calmas a noite está
bonita tudo vai ocorrer tranquilamente…
Quando
o capitão pronuncia a sua última palavra alguma coisa bate no
barco ou vice e versa, não dá para saber direito o que houve,
apenas um barulho de uma batida muito forte que fez o barco
inteiro tremer. Ordens são dados à tripulação.
Os
aventureiros podem se preparar como quiserem, deixando suas ações
livres.
(Com um teste de visão 10,
algum jogador, próximo a proa do barco, poderá ver que há
alguma coisa espreitando o barco, dessa forma poderá se preparar
para uma possível batalha e avisar aos seus companheiros.) |
Logo
após a primeira batida, um silêncio tomou conta dos viajantes e as
águas permanecem calmas. Então a segunda batida acontece dessa vez
uma criatura enorme sai do oceano e ataca o barco gerando pânico em
todos, a tripulação do capitão Vasco da Gama tenta inutilmente
atacar a criatura, os aventureiros poderão atacar ou se esconder
dependendo da determinação de cada um.
A
criatura que atacou o navio foi a serpente de Olocum. Na mitologia
iorubá, Olorum atou Olocum ao fundo do mar, acompanhada por uma
gigantesca serpente marinha que, na lua nova, segundo conta, mostra a
sua cabeça fora d’água.
A
serpente de Olocum demonstrava está muito enfurecida atacando todos
pela frente, exceto alguma personagem que seu orixá protetor seja
relacionado às águas, por sua vez esses mesmo jogadores terão
conhecimento da serpente, podendo explicar o que provavelmente
ocorreu.
A
serpente consegue destruir o barco por inteiro, forçando os
jogadores a fazerem teste de natação 10, com um pouco de sorte,
conseguem ficar em uma jangada, é assim que irão tentar seguir a
sua viagem ao novo mundo.
Ficha
da serpente de Olocum:
For:
10 Agi:7 Int: 3 Vont: 8
Pontos
de Vida: 300 Pontos de Mana: 30 Def: 14
Ataques:
Habilidades:
Mordida
35 de dano Engolir
Cauda
30 de dano Colosso
Combate Gigante
É realmente muito interessante a junção da literatura ao jogo de RPG, fa-se uma moldura da realidade, adaptada ao jogo e ligada, diretamente, ao cenário das narrativas literárias. Ao ler os trechos indicados, percebemos, durante o jogo, a presença dos personagens ou, também, de aspectos interligados ao seu caráter e/ou conduta. O jogo possibilita a alteração das narrativas (algumas com desfechos mais infelizes), trazendo, assim, a magia do jogo e, ao mesmo tempo, a vontade de corrigir erros do passado que, hoje, soam como terríveis injustiças sociais. A convivência com o grupo também nos permite uma troca de experiências interessantes e divertidas, por trás de cada personagem existe um jogador com diferentes vivências que transformam o jogo em uma narrativa excepcional. Foi, realmente, uma experiência única e mágica.
ResponderExcluirÉ realmente muito interessante a junção da literatura ao jogo de RPG, fa-se uma moldura da realidade, adaptada ao jogo e ligada, diretamente, ao cenário das narrativas literárias. Ao ler os trechos indicados, percebemos, durante o jogo, a presença dos personagens ou, também, de aspectos interligados ao seu caráter e/ou conduta. O jogo possibilita a alteração das narrativas (algumas com desfechos mais infelizes), trazendo, assim, a magia do jogo e, ao mesmo tempo, a vontade de corrigir erros do passado que, hoje, soam como terríveis injustiças sociais. A convivência com o grupo também nos permite uma troca de experiências interessantes e divertidas, por trás de cada personagem existe um jogador com diferentes vivências que transformam o jogo em uma narrativa excepcional. Foi, realmente, uma experiência única e mágica.
ResponderExcluirA junção de literatura com RPG saiu algo incrível, ainda mais para nós alunos de letras, pois no futuro seremos professores e precisamos cada vez mais se atualizar e se reinventar para ensinar nossos alunos. E a união do jogo com aprendizagem foi algo realmente a proveitoso, pois com a diversão se criava o aprendizado. E essa forma instiga mais o querer pelo aprender. Porque no decorrer do jogo começa a notar as referencias de obras, personagens e escritores. E também nos possibilita criar nossos personagens e inserir eles no contexto das narrativas trabalhadas no jogo, pois quando podemos imaginar aquela situação facilita mais o aprendizado. E um ponto positivo dessa forma é que entendemos como se desenvolveu o passado, mas com o jogo podemos recriar a narrativa trabalhada, mas sem esquecer como ela realmente foi escrita.
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ResponderExcluirA junção de literatura com RPG saiu algo incrível, ainda mais para nós alunos de letras, pois no futuro seremos professores e precisamos cada vez mais se atualizar e se reinventar para ensinar nossos alunos. E a união do jogo com aprendizagem foi algo realmente a proveitoso, pois com a diversão se criava o aprendizado. E essa forma instiga mais o querer pelo aprender. Porque no decorrer do jogo começa a notar as referencias de obras, personagens e escritores. E também nos possibilita criar nossos personagens e inserir eles no contexto das narrativas trabalhadas no jogo, pois quando podemos imaginar aquela situação facilita mais o aprendizado. E um ponto positivo dessa forma é que entendemos como se desenvolveu o passado, mas com o jogo podemos recriar a narrativa trabalhada, mas sem esquecer como ela realmente foi escrita.
ResponderExcluirGostei bastante de conhecer literatura através desta nova perspectiva (principalmente por sua abordagem "não-canônica"), tendo o negro e sua cultura em primeiro plano. O RPG é uma forma maravilhosa de ilustrar e esquematizar a literatura. Ele também desperta a curiosidade acerca dos próximos passos, tanto nas leituras quanto na aventura (o próprio role play), além de nos induzir a um senso de cooperação e aprendizado conjunto.
ResponderExcluirA cultura africana (direta ou descendente) é algo espetacular e pouco explorado, algo que valoriza e muito projetos como esse. Parabéns pela ideia e pela iniciativa!
Foi uma ótima experiência, ter o cenário do jogo sido preenchido com clássicas obras literárias, que não deixam de erem clássicas por não as conhecermos, fez do aprendizado das mesmas algo divertido e gratificante.
ResponderExcluirFica expressa a vontade de que haja mais destes espaços.
Foi uma baita experiencia!! Além de ser um jogo revolucionário,em que se inseriu a cultura negra no RPG, percebo também um fundo educacional por trás. Pude aprender sobre diversos acontecimentos na história do Brasil, juntamente com a literatura brasileira, muito presente em toda construção histórica do nosso país. Por fim, ressalto a importância de ter outras edições desse projeto, é um espaço que tem que ser disseminado não somente as pessoas que fazem vinculo com a Universidade, mas sim com a sociedade em geral. Parabéns à todos os envolvidos!!1
ResponderExcluirInteressante essa sacada de conseguir misturar literatura com um jogo de RPG e ainda englobando assuntos raciais ao trazer não só a mitologia africana, mas também o preconceito racial que existia e a forte presença do machismo.
ResponderExcluirO projeto nos fez entrar em um universo novo onde a literatura conversou com a realidade e nos permitiu estar dentro de poemas e conversar com escritores aos limites de nossa imaginação, por consequência da grande ideia de aplicar em um jogo de RPG.
Grato pela participação e que esse projeto possa ter continuidade em outros locais e quem sabe até em muitos, pois é uma ideia que merece ser passada para frente para o bem de muitos, imagina quantas crianças poderiam ter seus sua criatividade e conhecimento praticados e assim ter um melhor desenvolvimento.
Meus parabéns aos envolvidos.
Muito bom, gostei bastante! Ate pensei que fosse a Moby Dick na hora que bateu no barco hahahaha
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