sexta-feira, 9 de junho de 2017

Continuação da campanha do RPG  Aiê
Aventura 2 “O canto da sereia”


Por Jeean Karlos

Com as personagens à deriva no Oceano Atlântico, ainda naquela noite, elas escutam uma doce melodia… Apenas personagem que tem Iemanjá como orixá protetora consegue entender o que estava acontecendo. "Na crista do oceano, Iemanjá toda e azul vestida, longos cabelos de espuma e caranguejos." (Dona Flor e Seus Dois Maridos). Se tratava de Iemanjá cantando e atraindo-os para o fundo mar. (Os jogadores terão que fazer um teste de vontade dificuldade 13 para quebrar o encanto), personagem que tiver Xangô como orixá protetor, o mestre rolará o seu teste em segredo, para, assim, dá dinâmica ao jogo, pois segundo a mitologia Iorubá, Iemanjá seduziu Xangô. Isso seria a penalidade da personagem perante um encantamento da Orixá.
Personagens que não conseguir passar no teste da rolagem de dados, levaram a jangada em direção ao canto, entretanto os seus companheiros poderão tentar impedir a ação, criando um desentendimento no grupo.
Após conseguirem passar pela zona do canto, as personagens se darão conta de que estão sem mantimentos, passaram a noite com fome, exceto se alguém do grupo tiver recurso para pescar.
Ao amanhecer, conseguem avistar o relevo do continente se formando diante os seus olhos, então chegam em lugar próximo ao porto na cidade do Rio. Ao desembarcar na cidade, as personagens se depara com um senhor escrevendo e pronunciando algumas coisas, a respeito da República. Este senhor chama-se Barreto – aqui o escritor estaria escrevendo a sua crônica “ A Política Republicana”, porém foi interrompido ao ajudar os recém chegados. Barreto então falará das dificuldades do Rio, e do regime republicano que se instaurou, corrupção, mazelas espalhadas pela cidade, chega até expor suas ideias para as personagens retiradas da crônica em questão:

Não gosto, nem trato de política. Não há assunto que mais me repugne do que aquilo que se chama habitualmente política. Eu a encaro, como todo o povo a vê, isto é, um ajuntamento de piratas mais ou menos diplomados que exploram a desgraça e a miséria dos humildes.
No Império, apesar de tudo, ela tinha alguma grandeza e beleza. As fórmulas eram mais ou menos respeitadas; os homens tinham elevação moral e mesmo, em alguns, havia desinteresse.

Os jogadores ao conversar mais a funda com o seu Barreto, poderão saber mais sobre a situação política local.

A República, porém, trazendo tona dos poderes públicos, a bôrra do Brasil (Novo Mundo), transformou completamente os nossos costumes administrativos e todos os “arrivistas” se fizeram políticos para enriquecer. Grifos meus.

O escritor, então, resolve acompanhar as personagens até uma taverna próxima, deixando a sua escritura para um outro momento. Na taverna, as personagens podem descansar e se alimentar, pagando uma taxa cada uma. A taverna tem como dono o Manuel Bitu, personagem retirado da crônica “O feiticeiro e o deputado” de Lima Barreto. Bitu, ao conversar com as personagem, sugere que um amigo próximo está precisando de aventureiros para realização de um trabalho. O trabalho consiste em resgatar o colar assiqui.
Quando o amigo de Bitu chega, ela se apresenta pelo nome de Antônio, explica a situação que o seu colar foi roubado por feiticeiras para fazer feitiços contra a sua família e seus negócios. (Agora intercala a fala de Antônio e dos jogadores). Antônio se mostrará um homem supersticioso e contra, que para ele é a fonte de todo o mal, os orixás.

Antônio diz: “A religião? Um misterioso sentimento, misto de terror e de esperança, a simbolização lúgubre ou alegre de um poder que não temos e almejamos ter, o desconhecido avassalador, o equívoco, o medo, a perversidade.
O Rio, como todas as cidades nestes tempos de irreverência, tem em cada rua um templo e em cada homem uma crença diversa. A cidade pulula de religião. A diversidade dos cultos espantar-vos-á. São pagãos literários, fisiólatras, defensores de dogmas exóticos, autores de reformas da Vida, reveladores do Futuro, amantes do Diabo, bebedores de sangue, descendentes da rainha de Sabá, cismáticos, espíritas, babalaôs de Lagos, mulheres que respeitam o oceano, todos os cultos, todas as crenças, todas as forças do Susto.” Trechos adaptado da crônica “As religiões do Rio” de João do Rio.

 As personagens irão negociar um preço para tal serviço, logo após será a hora de invadir uma torre e capturar o colar. A torre fica localizada na cidade do Rio, daí surgirá o combate da aventura. Depois de invadirem a torre, explorar todas as salas, enfrentar inimigos, a sessão acabou no meio de um combate.

Continua...


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