Cite uma obra parnasiana em que a premissa da "arte pela arte" se apresenta de maneira clara.
Cite uma obra simbolista na qual se evidencia uma busca do transcendente ao lado do sentimento trágico da existência.
Não esqueça de colocar as fontes consultadas e também realizar a devida pesquisa histórica para apresentar a obra no seu contexto de produção/publicação.
terça-feira, 19 de junho de 2012
Realismo - Naturalismo
Considerando as análises e as discussões realizadas em aula, escolha uma passagem/fragmento de alguma obra literária para embasar as seguintes expressões:
- "A vida apenas, sem mistificação"
- "Crítica do homem, anatomia do caráter"
- "A vida apenas, sem mistificação"
- "Crítica do homem, anatomia do caráter"
terça-feira, 29 de maio de 2012
Romantismo
Considerando a citação de Antonio Candido (Formação da literatura brasileira - momentos decisivos), comente a reflexão do crítico e historiador na primeira parte do capítulo XIII - O triunfo do romance. Elabore um texto a partir dos elementos evidenciados - em especial atenção aos aspectos psicológicos que dariam o caráter de maturidade para o romance -, apresentando uma obra do período romântico para sustentar sua leitura.
"(...) as sendas poéticas do indianismo e a humanidade sincera, mas superficial do regionalismo não eram elementos suficientes para a maturidade do nosso romance. Faltavam-lhe para isso aquelas 'pesquisas psicológicas', que segundo Lúcia Miguel Pereira constituem o brasão de Machado de Assis e Raul Pompéia. Elas consistem, principalmente, em recusar o valor aparente do comportamente e das ideias, em não aceitá-los segundo a norma que lhes traçam o costume, ou os seus desvios mais frequentes. Há na pesquisa psicológica uma certa malícia e uma certa dor, que levam o romancista a esquadrinhar a composição dos atos e pensamentos; a reconstituir as maneiras possíveis por que teriam variado, levando-os, muitas vezes, a consequências inaceitáveis para a visão normal. Esta experimentação com o personagem é que o torna tão vivo e próximo da nossa vida profunda, na qual vai rovocar o estremecimento de atos virtuais, de pensamentos sufocados, de toda uma fermentação obscura e vagamente pressentida. Na medida em que atua deste modo, o romance tem para nós uma função insubstituível, auxiiando-nos a vislumbrar em nós mesmos, e nos outros homens, certos abismos sob os quais a engenharia da vida de relação constrói suas pontes frágeis e questionáveis." (p. 529).
CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira: momentos decisivos, 1750-1880. 13. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2012.
terça-feira, 8 de maio de 2012
Inutilia truncat
Considerando que as principais características do Arcadismo são o bucolismo (fugere urbem), a simplicidade da composição, voltada para elementos do classicismo - constituindo-se em um neoclassicismo -, e a presença de pseudônimos pastoris, culminando com a filosofia do carpe diem, reflita sobre a especifidade do Arcadismo no Brasil, destacando um dos três elementos listados abaixo:
1) Apego aos valores da terra;
2) Incorporação do indígena;
3) Sátira política.
Para esse trabalho devem ser analisadas obras - ao menos duas - ou fragmentos que possuam relação com a característica escolhida. Procure justificar sua leitura com um texto teórico de referência.
Considerando que as principais características do Arcadismo são o bucolismo (fugere urbem), a simplicidade da composição, voltada para elementos do classicismo - constituindo-se em um neoclassicismo -, e a presença de pseudônimos pastoris, culminando com a filosofia do carpe diem, reflita sobre a especifidade do Arcadismo no Brasil, destacando um dos três elementos listados abaixo:
1) Apego aos valores da terra;
2) Incorporação do indígena;
3) Sátira política.
Para esse trabalho devem ser analisadas obras - ao menos duas - ou fragmentos que possuam relação com a característica escolhida. Procure justificar sua leitura com um texto teórico de referência.
terça-feira, 17 de abril de 2012
O Barroco brasileiro
Leia as citações de Massaud Moisés
sobre o Pe. Antônio Vieira e de Antônio Dimas sobre Gregório de Matos e
estabeleça uma conexão sobre o Barroco no Brasil a partir de seus mais
importantes expoentes. Após essa relação inicial, procure apresentar outro autor
que possa se inserir nessa discussão, seja em prosa ou poesia, contextualizando
os principais elementos do período. Faça a leitura de algumas das obras dos
autores citados a fim de apresentar com clareza a relação possível do autor
escolhido.
“O estilo há de ser muito fácil
e muito natural.” Como se vê, o pregador postula exatamente o que pratica no
sermão, e vice-versa. E sendo antigongórico, ou seja, conceptista, vitupera o
estilo alambicado comum à eloquência do tempo: “Este desventurado estilo que
hoje se usa, os que o quere imitar chamam-lhe culto, os que o condenam
chamam-lhe escuro, mas ainda lhe fazem muita honra. O estilo culto não é
escuro, é negro, e negro boçal e muito cerrado”. Sua investida destinava-se
precipuamente ao dominicano Frei Domingos de S. Tomás, um dos vários pregadores
gregorizantes da época. Quanto ao assunto: “O sermão há de ter um só assunto e
uma só matéria”, “há de ser duma só cor, há de ter um só objetivo, um só
assunto, uma só matéria”. Quanto aos argumentos: “As razões não hão de ser
enxertadas, hão de ser nascidas. O pregar não é recitar. As razões próprias
nascem do entendimento, as alheias vão pegadas à memória, e os homens não se
convencem pela memória, senão pelo entendimento”. (Massaud Moisés)
Ao contrário de Vieira,
Gregório não se envolveu em questões magnas, afetas à condução da política em
curso. Não lhe interessavam os índios, mas as mulatas. Não o aborreceram os holandeses,
mas os portugueses. Não cultivou a política, mas a boêmia. Não “fixou a sintaxe
vernácula” como quer Eugênio Gomes, mas engordou o léxico. Não transitou por
cortes europeias, mas vagabundeou pelo Recôncavo. Se refratário ao Sistema ou
por ele marginalizado, não importa. Importa é que essa incapacidade de
adequação social fez de Gregório de Matos uma espécie de poeta maldito, sempre
ágil na provocação, mas nem por isso indiferente à paixão humana ou religiosa,
à natureza, à reflexão e, dado importante, às virtualidades poéticas de uma
língua europeia recém-transplantada para os trópicos. Com Gregório, a linguagem
barroca do português se expande e se enriquece, incorporando um “vocabulário
rico, variado, cheio de termos tropicais”. (Antônio Dimas)
terça-feira, 3 de abril de 2012
SOBRE IMAGINÁRIOS E IMAGINADOS:
OS PRIMEIROS TEXTOS EM LÍNGUA
PORTUGUESA NO BRASIL
Quando
pensamos nos textos produzidos sob o influxo da “descoberta” do Novo Mundo,
imaginamos, também, a carga simbólica que eles carregam consigo. Podemos
perceber as imagens culturais, os elementos que permeiam todas as impressões
que, por mais isentas que tentem ser, inegavelmente se inserem em um modelo de
cultura unificador e detentor da verdade. A isso convergem decisivamente a
questão da Fé (sim, com f maiúsculo, pois é base de toda a certeza acerca da
verdade mencionada) e o caráter missionário atrelado ao modelo de ocupação e
conquista, ou seja, trazer os vocábulos que faltam aos selvagens: Fé, Lei e
Rei, nas palavras de Pero de Magalhães de Gândavo.
O imaginário sobre esse período
se tornou terra fértil para produções futuras. Vários textos tiveram como mote
esse entrechoque de culturas. Para citarmos dois exemplos diferentes –tanto na
temática quanto na forma literária, visto se constituírem de uma narrativa e de
um poema -, dessa visão sobre o período, podemos citar a obra Terra Papagalli, de José Roberto Torero
e Marcus Aurelius Pimenta. Nesta narrativa, a personagem-narrador Bacharel
Cosme Fernandes é um degregado que fazia parte da esquadra de Pedro Álvares
Cabral. O texto procura fazer uma crítica à sociedade atual apontando elementos
pejorativos a partir da visão de Cosme Fernandes.
E daquela
terra que hoje chamam Brasil (...), digo que de pouco proveito se pode tirar
dela, porque vem se povoando de homens cobiçosos. É isso um grande mal, porque
é como um Éden, e penso que Deus nos fez vir até ela para que fizéssemos uma
nação diferente de todas as outras, porém, segundo a coisa se abala, está bem
parecida com a nossa, onde reinam a burla, a roubaria e pode mais quem é mais
velhaco. (TORERO, J. R.; PIMENTA, M. A. Terra
Papagalli. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 198).
O segundo
exemplo vem de um poema de Oswald de Andrade, publicado em Pau-brasil, de 1924, intitulado A
Descoberta. Nele convergem interpretações e atribuições de sentido aos atos
dos viajantes, invertendo a pretensão de verdade presente na Carta, de Pero Vaz de Caminha.
1.
Seguimos
nosso caminho por este mar de longo
2.
Até a
oitava da Páscoa
3.
Topamos
aves
4.
E
houvemos vista de terra
5.
os
selvagens
6.
Mostraram-lhes
uma galinha
7.
Quase
haviam medo dela
8.
E não
queriam por a mão
9.
E depois
a tomaram como espantados
10. primeiro chá
11. Depois de dançarem
12. Diogo Dias
13. Fez o salto real
14. as meninas da gare
15. Eram três ou quatro moças bem
moças e bem gentis
16. Com cabelos mui pretos pelas
espáduas
17. E suas vergonhas tão altas e tão
saradinhas
18. Que de nós as muito bem olharmos
19. Não tínhamos nenhuma vergonha.
segunda-feira, 19 de março de 2012
Plano de Ensino
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
CENTRO DE LETRAS E COMUNICAÇÃO
LICENCIATURA EM LETRAS
PLANO DE
ENSINO
1. IDENTIFICAÇÃO
Professor: João Luis Pereira Ourique Unidade:
Centro
de Letras e Comunicação
Código da Unidade: 478 Departamento: Câmara de Ensino
Código do Departamento: 485
Disciplina: Panorama Cultural da Literatura Brasileira I
Créditos: 04 Carga horária: 85
h/a (4h presencial; 1h não
presencial)
Semestre letivo: 1/2012 Horário: 19h
– 22h20min (terça-feira)
2. EMENTA
A Literatura
Brasileira: principais períodos, estilos e obras representativas até o século
XIX.
3. OBJETIVOS
3.1 Geral: Propiciar ao aluno uma visão panorâmica da Literatura
Brasileira, através de seus
períodos e obras mais representativos até o final do século XIX.
3.2 Específico: Propiciar ao aluno a leitura de textos representativos
da literatura brasileira até o Realismo.
4. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
4.1 A condição colonial;
4.2 Barroco;
4.3 Arcadismo;
4.4 Romantismo;
4.5 Realismo e Naturalismo;
4.6 Parnasianismo e Simbolismo.
5. METODOLOGIA
Aulas expositivas e dialogadas. Leitura de textos teóricos e
literários. Debates e discussões. Seminários. Serão destinadas 17 horas (carga
horária complementar) para as atividades de leitura, fichamento de textos e
elaboração dos trabalhos.
6.
AVALIAÇÃO
A avaliação será realizada por
meio das postagens no blog www.panoramaliteraturabrasileira.blogspot.com
levando em consideração o mote indicado pela temática discutida. Os alunos
deverão proceder a escrita de um texto coletivo. 50% da nota será atribuída às
postagens (7 no total) e 50% da nota corresponderá à avaliação e discussão
desse material em aula.
7. CRONOGRAMA
·
Semana 1: Apresentação da disciplina. Comentários iniciais sobre avaliação e
procedimentos de trabalho. Elaboração do Plano de Ensino da disciplina.
Indicação de leitura para a próxima semana:
- BOSI,
Alfredo. Por um historicismo renovado. In: _____. Literatura e resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
·
Semana 2: Discussão com base no texto de Alfredo Bosi. Aprovação do Plano de
Ensino da disciplina. Definição do cronograma de trabalho (leituras,
procedimentos de análise e interpretação, etc.).
·
Semana 3: Apresentação do blog para a turma e continuidade da discussão do texto
de Alfredo Bosi que servirá de base para o primeiro texto coletivo. Esse texto
terá o seguinte título geral: Literatura brasileira: história e
historicismo.
·
Semana 4: Discussão das postagens dos alunos e ajustes visando a confecção da
versão final do trabalho. Divisão da turma em 7 grupos que, após sorteio,
ficarão responsáveis pela versão final de cada tópico.
· Semana
5: Entrega do texto
referente a primeira postagem corrigido pelo grupo sorteado. Apresentação dos
antecedentes da literatura brasileira. Início do trabalho referente à condição
colonial.
·
Semana 6: Discussão das postagens dos alunos e ajustes visando a confecção da
versão final desse tópico.
·
Semana 7: Entrega do texto referente a segunda postagem corrigido pelo grupo
sorteado. Apresentação das principais características do barroco. Início do
trabalho referente à produção brasileira do período barroco.
·
Semana 8: Discussão das postagens dos alunos e ajustes visando a confecção da
versão final desse tópico.
·
Semana 9: Entrega do texto referente a terceira postagem corrigido pelo grupo
sorteado. Apresentação das principais características do arcadismo. Início do
trabalho referente à produção brasileira do período; debate sobre a questão da
nacionalidade e o processo de independência política.
· Semana
10: Discussão das postagens
dos alunos e ajustes visando a confecção da versão final desse tópico.
·
Semana 11: Entrega do texto referente a quarta postagem corrigido pelo grupo
sorteado. Apresentação das principais características do romantismo. Início do
trabalho referente à produção brasileira do período; debate sobre os conceitos
de sistema literário.
·
Semana 12: Discussão das postagens dos alunos e ajustes visando a confecção da
versão final desse tópico.
·
Semana 13: Entrega do texto referente a quinta postagem corrigido pelo grupo
sorteado. Apresentação das principais características do realismo e naturalismo.
Início do trabalho referente à produção brasileira do período; debate sobre a
representação do real.
·
Semana 14: Discussão das postagens dos alunos e ajustes visando a confecção da
versão final desse tópico.
·
Semana 15: Entrega do texto referente a sexta postagem corrigido pelo grupo
sorteado. Apresentação das principais características do parnasianismo e
simbolismo. Início do trabalho referente à produção brasileira do período;
debate sobre a questão da arte pela arte.
·
Semana 16: Discussão das postagens dos alunos e ajustes visando a confecção da
versão final desse tópico.
·
Semana 17: Entrega do texto referente a sexta postagem corrigido pelo grupo
sorteado. Discussão sobre os trabalhos realizados, avaliações, encerramento da
disciplina.
8. BIBLIOGRAFIA
8.1. Textos teóricos:
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira.
São Paulo: Cultrix, 1988.
BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. São Paulo:
Companhia das Letras, 1992.
BOSI, Alfredo. Literatura e resistência. São Paulo:
Companhia das Letras, 2002.
CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira: momentos
decisivos. Belo Horizonte: Itatiaia, 1981.
CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade. Estudos de
teoria e história literária. 3. ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1973.
CANDIDO, Antonio, CASTELO, José
Aderaldo. Presença da Literatura
Brasileira: das origens ao Realismo. Rio de Janeiro: Bertrand, 2005.
MERQUIOR, José Guilherme. De Anchieta a Euclides; breve história da
literatura brasileira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977.
MIGUEL-PEREIRA, Lucia. História da Literatura Brasileira. Belo
Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1990.
RONCARI, Luiz. Literatura Brasileira: dos primeiros
cronistas aos últimos românticos. São Paulo: Edusp, 1995.
SODRÉ, Nelson Werneck. História da Literatura Brasileira. São
Paulo: Bertrand Brasil, 1988.
quinta-feira, 15 de março de 2012
Literatura Brasileira: história e historicismo
Ao nos
depararmos com a problemática da história da literatura brasileira,
evidenciamos uma tentativa de definição de uma nacionalidade
antes mesmo da preocupação com a produção em si mesma, ou seja, com uma certa
imposição de algo que falta em detrimento do que existe ou poderia vir a
existir em um contexto cultural dinâmico. Alfredo Bosi (2002) destaca essa
questão ao afirmar que:
Uma história da literatura
brasileira que pretendesse ser verdadeira, isto é, fiel ao seu objeto, deveria
admitir que os textos dispostos no tempo do relógio não têm nem a continuidade
nem a organicidade dos fenômenos da natureza. Os escritos de ficção, objeto por
excelência de uma história da literatura, são individuações descontínuas do
processo cultural. Enquanto individuações, podem exprimir tanto reflexos
(espelhamentos) como variações, diferenças, distanciamentos, problematizações,
rupturas e, no limite, negações das convenções dominantes no seu tempo. (p.
09-10).
A ausência –
ou a pouca repercussão - de leituras fiéis
das produções culturais a fim de oportunizar reflexões consistentes sobre a
literatura e a sua historicidade, acabou por externar, para leitores atentos,
uma tensão entre literatura de ficção e os clichês ideológicos.
(BOSI, Alfredo. Por um
historicismo renovado. In: _____. Literatura
e resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.)
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