domingo, 7 de setembro de 2014

CAPÍTULO 6 - Literatura na região e o conceito de espaço

Daniela Mara dos Santos Andrade
Danielle Alves da Silva
Elis Cristina Flores da Silveira

Um comentário:

  1. No capítulo "Literatura na região e o conceito de espaço" escrito por Jochen Grywatsch, o autor nos demonstra o mau uso ideológico feito ao longo dos anos para as categorias de tempo e espaço relacionadas ao estudo de Literatura. A concepção da categoria tempo, tem sido cada vez mais orientada pela especialidade, surgindo então um foco maior na questão do espaço que ganha um entendimento mais a favor da ideia do local não físico e não estático, sendo caracterizado como uma “deslocalização” e “desespacialização”.

    Os novos contornos dados ao conceito de espaço e literatura passam a ser orientados e baseados pela ciência da cultura, o espaço se distingue por um processo social que é capaz de desenvolver um senso e memória comum. Logo é perceptível que para essa nova concepção da ideia de espaço se faz por uma intensa relação entre a ciência da literatura e a ciência da cultura de uma região. A partir dos estudos pós modernos o espaço é visto como algo não estático e sim experienciado, produzido e criado por uma prática social de uma região, logo o espaço passa a ser mutável historicamente, uma vez que esses conceitos sociais variam ao longo do tempo.

    Se no passado o conceito de espaço excluía componentes sociais de uma região por se basear nos princípios do absolutismo, hoje a base que norteia o novo conceito de espaço é vinculado as ideias dos relativistas. Esses consideram os componentes sociais de uma região que servem como identificação da mesma.

    Se na tradição o uso da “Literatura Regional” fazia uma exaltação patriótica descrevendo de forma conservadora as características de uma região criando uma literatura de terra natal, forte e declarada. Hoje ela é voltada para o contexto social e sua dinâmica histórica, formando uma rede de conexões e relações entre regiões, denominadas “transregionalidade”.

    Sendo assim o conceito de região passa a ser construído por todo um processo cultural que permite caracterizar e identificar uma determinada área geográfica. Este conceito é semelhante ao novo conceito de espaço em que se passa a refletir a cultura de um lugar em algum momento histórico.

    Fenômenos que antes não eram objetos de análise passam a ser enfocados. Começa então uma supervalorização do espaço interno. A literatura deixa de ser atemporal, pois é específico de um dado momento histórico e social vivido pelo autor. Ao estudar uma obra deve-se levar em consideração este espaço, o contexto vivido na época, podendo compará-lo com o contexto social de hoje.

    A nova perspectiva de espaço pela modernidade permite uma orientação de estudo da obra que restringe menos as referências literárias sendo mais neutras a aberta do que a tradicional. A presença da “trasnculturalidade” e da “transnaciolidade” faz com que as oposições entre o estranho e o próprio se misturem, gerando uma nova ordem de espaços com formações de estruturas literárias, fazendo um intercambio em formas de representação, produção social e cultural que não poderia ocorrer no conceito de Literatura de Terra Natal.

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